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A Educação e o Jovem (Que Futuro?)

Somos imbuídos diariamente de que a nossa geração é de longe a mais avançada a nível académico. Existem 1,5 milhões de licenciados, número a que se somam 80 mil todos os anos. Não há dúvida de que somos a juventude que mais diplomas tem, mas será que isso se reflete mesmo na educação?

À parte de sermos a geração com mais diplomas, somos também a geração que menos faz por atingir os objetivos a que naturalmente se compromete, somos a geração do esquema para não ter que trabalhar, e o mais grave, a geração que foi iludida de que o país lhe deve qualquer espécie de “subsídio” por ter completado um curso.

Fico pasmado também, quando penso que não havia jovem da geração de Abril que não tivesse no mínimo uma consciência política, que não se interrogasse sobre o que estava bem ou mal e que não tivesse uma opinião formada sobre este ou aquele tema “quente”. Olho hoje para o lado e sinto que é raro o jovem que se interroga acerca de uma ideologia, ou que tenha uma visão, por escassa que seja, para um país melhor. Pensar que volvidos 40 anos dos jovens que nasceram no seio da liberdade de expressão entramos nesta estagnação mental, nesta apatia face aos problemas que parecem um pouco mais longínquos do que os que diretamente afetam o nosso dia-a-dia.

 E isto sim, para mim é um problema! Porque os jovens que hoje descartam o interesse por algo mais complexo do que aquilo que é avaliado nos exames, são jovens que também votam, são jovens que no extremo irão um dia ditar o futuro de Portugal. Que futuro querem os jovens para Portugal?
Como é que um jovem acabado de sair do secundário, maior de idade, com direito para exercer o seu voto, pode votar sem conhecer sequer os partidos que o representam?

Esta falta de conhecimento, e de estagnação perante os problemas económicos, sociais, políticos e culturais são bons para muito boa gente, mas não para o meu país. É da diversidade de opiniões que resulta a Democracia. Sem consciência opinativa não passaremos de um rebanho de carneiros que seguem o Sofista que captar melhor a nossa atenção. Abre-se o caminho para a tirania gloriosa daqueles a quem convém esta apatia e que influenciam multidões de contestação vazia e desprovidas muitas vezes de soluções, contudo rica no contestar por contestar, “porque está mal”.
    
Não sei até que ponto não deve a Escola ter um papel nesta consciência. Portugal começa agora a perceber que é incomportável ser o país onde há pessoas que não têm comida para pôr na mesa dos filhos, mas os filhos têm todos desde a primária um computador portátil. E eu não quero esse país, o país do “tudo à grande” para esconder os problemas que realmente tem para debaixo do tapete estatístico.

Não faz falta um computador por aluno na escola primária, o que faz falta é formar de forma decente os jovens, prepará-los para as adversidades que irão encontrar na vida. Porque a culpa nem sempre é do jovem estudante que só se preocupa em estudar para os exames para ter um emprego, a culpa é também do professor que constantemente limita a opinião do jovem porque é “descabida” ou porque simplesmente não vai de encontro ao interesse do professor. A incapacidade de alguém que prefere uma plateia apática para não lhe perder o controlo.

A gravidade do problema no ensino não é de forma alguma tecnológica, mas sim pedagógica. Porfia-se que o bom aluno é aquele que fica calado e que não contesta para não pôr o professor a pensar. Insiste-se que o bom aluno é aquele que aceita sem questionar tudo o que o professor lhe diz em vez de digerir a informação. Teima-se que o bom aluno é aquele que decora toda a informação do exame e duas semanas depois já não sabe rigorosamente nada do que decorou – porque não é uma máquina como o Magalhães, é um ser humano. E os professores vivem indiferentes a esta apatia educacional mais preocupados com a própria avaliação, e com o cheque no final do mês. Quando por momentos se esquecem que são as referências educacionais do futuro de Portugal, e que nem sempre o que lhes convém é o melhor para o país.

Eu não quero um país de licenciados apáticos. Um país de jovens que não se sentem capazes de mudar o mundo, porque o problema não é o jovem acabado de sair da faculdade ter que trabalhar uns meses como caixa de supermercado até encontrar um emprego melhor, ou quem sabe para arranjar dinheiro para prosseguir com os seus estudos. O problema não é esse! O problema é o jovem licenciado que por ter a sua ambição reprimida, por ter decorado os exames todos, e por ter ficado a vida toda calado nas aulas como medo do que o professor fosse pensar, se conforme em ser um caixa de supermercado.

Porque eu não quero uma juventude hipotecada! Mas atenção que todos sabemos “É jovem, não sabe o que diz”

Acorda Portugal!
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