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Portugal na Europa pós-Brexit



O momento histórico que vivemos deve ser visto como uma oportunidade para Portugal.

 

A decisão do Reino Unido, embora com características diferentes do passado, não deixa de ser uma decisão que se baseia numa Cultura baseada no Interesse Público que fortalece o seu passado. O facto de se evidenciar uma divisão clara num Reino que não está Unido não deixa de espelhar a importância que as elites britânicas sempre deram ao poder do Povo no contexto político e administrativo. Não podemos deixar de notar as características geográficas deste resultado, Irlanda, Escócia e Londres votam sim à permanência, Inglaterra, excepto a sua capital, votam não. As ilações a retirar são claras. Muitos já o fizeram ao longo do dia de hoje. Como diria um amigo meu, “o não fez um brinde à regra dos 50%+1”, eis a democracia.

Aceito que nos custe admitir, mas este processo representa a decisão mais democrática que alguma vez ocorreu no seio da Europa e da União Europeia. Permitir que o povo decida o futuro do seu país para várias gerações, associado ao grau de responsabilidade que advém da decisão de sair de uma Associação de Estados representa um disponibilidade para viver com a Democracia notável. Igualmente impressionante, para o modelo de decisão com que estamos habituados, são as reacções do poder político. A demissão do Primeiro-Ministro Britânico é expectável tendo em conta os resultados eleitorais do referendo e a sua posição face ao mesmo, mas inesperada foi a reacção do Banco de Inglaterra por via do seu Governador. A capacidade de resposta administrativa e financeira do Reino Unido leva-me a crer que a preparação para as decisões provenientes deste processo foi meticulosa. A disponibilidade demonstrada pelo Governador do Banco de Inglaterra para injectar 326 mil milhões de euros na banca britânica exemplifica a capacidade do Reino Unido em tomar decisões que vão ao encontro da vontade da população. Isso fará certamente a diferença nos momentos de aperto que poderemos viver num futuro próximo. As preocupações enumeradas relativamente à circulação de pessoas, à imigração e à relação económica e comercial entre Estados, em especial no Reino Unido (embora obrigue a exigentes dinâmicas negociais) serão preocupação maior para a União Europeia do que para o próprio Estado. Ainda assim, a Europa e Portugal devem saber tirar proveito desta mudança.

O meu optimismo natural não deixa de identificar questões preocupantes que devem ser tidas em conta, são essas que geram a incerteza do futuro. No entanto, 90% dessas preocupações surgem da capacidade de tomada de decisão da União Europeia e dos seus 27 Estados Membro (não, já não somos 28). A única certeza absoluta que temos é a necessidade de uma reforma profunda da concepção do modelo Europeu, caso queiramos manter este projecto e evitar o seu desmantelamento. Rapidamente percebemos e antecipamos o impacto que este momento histórico teve nos mercados financeiros de todo o mundo e que poderá ter na economia mundial, mas não conseguimos identificar que influência terá nas populações. Essa deve ser a prioridade, garantir a estabilidade emocional das populações para incentivar a evolução do modelo social europeu ajustado às exigências orçamentais que enfrentamos. Isso só será possível se a rapidez das decisões que devem ser tomadas estiver próxima da velocidade com que vivemos hoje em dia. É ai que nos confrontamos com a importância de decisores carismáticos que promovam a garantia de paz e de desenvolvimento.   

Mais do que a garantia de liquidez financeira, essencial para a sobrevivência dos Estados no séc. XXI, a promoção de uma redistribuição de rendimentos que se aproxime do modelo Social-Democrata deve ser a prioridade de uma nova Europa que vemos no horizonte. Incentivar a estabilidade democrática que impeça decisões de ruptura com o sistema deve igualmente ser uma prioridade. Enquanto cidadãos sentimo-nos longe do centro de decisão, não conhecemos o modelo porque não educamos para isso, levando à sensação, por parte da população, de que nada parte de si.

Para Portugal, este momento, embora com consequências nefastas para a Economia, para a Administração Pública, para a Diplomacia… no fundo, para todas as áreas da sociedade, deve ser visto como a oportunidade ideal para colocar em agenda vários temas que nos possam preparar-nos rapidamente para um futuro incerto. Não podemos viver influenciados pelo “mediatismo fast-food”. Pensar o “hoje”, neste contexto, é menos importante que pensar o “amanhã”. É por essa razão que vejo este momento com um optimismo diferente da maioria daqueles que têm analisado esta situação.

Em breve a Juventude Social Democrata da Distrital de Lisboa terá o seu Congresso Distrital para eleger a próxima Comissão Política. Nesse Congresso terei a oportunidade de aprofundar este tema e ir um pouco mais além da simples análise política. É hora da juventude portuguesa tomar posição sobre o que quer para o futuro e de que modo vê o futuro da Europa e da União Europeia. Terei aí a oportunidade de apresentar uma Moção Sectorial sobre este tema com vista a contribuir para uma tomada de posição por parte da próxima CP da JSD Distrital de Lisboa e da JSD como a maior e melhor Juventude Partidária Portuguesa.


David Pereira de Castro

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