Eternamente agradecido! Pelo futuro do meu país!
Hoje
escrevo enquanto líder da JSD de Odivelas, entre outras coisas, mas acima de
tudo enquanto jovem que viveu dos momentos mais difíceis que Portugal
enfrentou.
Sinto-me
na obrigação de não deixar passar este momento em branco.
Estamos
a poucas horas de ouvir o último discurso de um dos maiores e melhores estadistas
da história de Portugal, isto se não for o maior e melhor. Parece um exagero,
parece até demais para esta altura, mas tive o privilégio de estudar
aprofundadamente o trabalho que desenvolveu em consequência da minha vida
académica e cada vez mais me convenço que, embora nunca possamos esquecer
outros grandes homens como Francisco Sá-Carneiro, Aníbal Cavaco Silva, Mário
Soares, Ramalho Eanes ou até António Guterres, nenhum terá vivido o que Pedro
Passos Coelho viveu.
Ainda
é impossível avaliar devido à proximidade temporal, mas ser Primeiro-Ministro
de um país em clara e evidente banca rota, em coligação, sujeitando-se aos
diversos malabarismos políticos e às constates guerras mediáticas, com uma
dimensão e impacto inigualável a outros tempos, e ainda assim ser capaz de
resolver o problema em 4 anos… discordem da forma, mas não discordem da
verdade. Jamais serei capaz de transmitir o quão agradecido estou, não por ter
cortado neste ou naquele ordenado, ou por não ter permitido que pensões abaixo
dos 600€ tivessem sido afectadas, mas sim por ter ido efectivamente além da troika. Teve a coragem de o ter feito,
não porque quisesse, ou porque tirasse qualquer prazer disso, mas porque não
havia outra forma. Tecnicamente era impossível resolver o problema de outra
forma. Mas vá, deixemo-nos destas discussões estéreis e avaliemos o cidadão, a
pessoa, o estadista.
Estamos
a falar de um homem que abdicou de si, da sua família, do seu bem-estar em prol
de um país e de uma nação. Um homem que
enfrentou as tormentas da opinião pública enquanto acompanhava a sua esposa a
enfrentar a doença mais mortífera da era moderna, sem nunca se queixar, sem
baixar o nível ou até sem atirar a toalha ao chão. Sejamos honestos, quase
todos ansiaram que ele o fizesse… Não o fez, não fez por Portugal e mais tarde,
depois da triste vergonha que vivemos em 2015, não o fez pelo PSD, até ter a
certeza que aquele que viria a seguir tinha condições para disputar eleições
legislativas sem ser atrocidado pelo próprio partido.
Continuaria
horas a escrever até conseguir transmitir a admiração que tenho por este homem,
mas deixo esta mensagem com uma última partilha, até porque quero ir ouvi-lo.
Lembro-me
de entrar com 15 anos no Mercado da Ribeira para um evento da JSD Distrital de
Lisboa, Passos era o orador. Foi a primeira intervenção que fiz a seguir ao
Plenário do PSD, perguntei-lhe pelo futuro do Estado Social Europeu… Passos
respondeu, mais tarde tratou de garantir esse futuro para o seu país. Pelo menos
até que outros voltem a pôr em causa. A última vez que esteve em Odivelas, estávamos
ainda a jantar e, sem saber, perguntou por alguns membros da minha família.
Esclareci-o. Hoje tenho o privilégio de poder dizer: Não, não te deixamos
nunca, estaremos cá sempre. Estivemos em 80’s, até em 90’s e claro durante as
primeiras e próximas décadas do século XXI.
Não
acho que isso valha de muito, somos apenas uns em milhares que tiveram esta
possibilidade, como é óbvio muito distantes de outros que o acompanharam sempre,
que viveram os seus momentos mais difíceis. Mas jamais poderia deixar de
agradecer a um homem que, quer queiram quer não, salvou Portugal!
Em
nome da JSD de Odivelas e em nome de todos os jovens que mesmo não sabendo a ti
o devem, obrigado pelo serviço prestado ao país!
David Pereira de Castro