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Acordámos!

A paciência ou impaciência com que aguardamos o desfecho da crise económica determina a convicção  com que resistimos, ou nos manifestamos, mas já não determina a nossa indiferença. Hoje já não somos indiferentes ao que se passa, nem somos desconhecedores. Mais importante que cada opinião pessoal - ou o seu conteúdo concreto - é que hoje já não permitimos que nos ocultem factos, que dissipem o nosso património sem justificação, ou crítica, ou sem que contem com o nosso juízo de credores. Parece-me que, independentemente da posição de cada português quanto ao conflito económico e às reivindicações mais ou menos justas, admiro-me positivamente com essa conquista que realizámos: estamos acordados e atentos aos que governam o que é nosso. Na verdade, depois de tantos anos a lamentar-nos com as injustiças sociais e a má governação do nosso dinheiro público, neste momento, criámos, enquanto cidadãos, um crivo mais fechado e critérios mais rigorosos de fiscalização.

Mas mais que nos manifestarmos nas ruas, há que reivindicar pelas causas certas. Portugal encontra-se efectivamente refém dos valores que tem em dívida. E a situação económica, para além da financeira, está em grave crise. Mas slogans como "que se lixe a troika, quero a minha vida volta!" fazem sentido? São reflectidos?

Tenho dúvidas de que o caminho correcto seja o aumento da tributação do capital e do trabalho. Muitas dúvidas. O governo foi coerente, mas a coragem para assumir as recentes medidas relativas à Segurança Social e TSU deveria ser acompanhada, com o mesmo nível de coragem, para fiscalizar a atribuição de prestações sociais, apoios às Fundações, verbas das autarquias locais e contratos em forma de PPP's. Esses cortes têm que existir, sob o princípio da igualdade, equidade e justiça na repartição de sacrifícios, e especialmente, porque tais valores em excesso se referem a atribuições sem utilidade pública, ou sem proporção com o gasto que representam para o Estado.

Mas, o "que se lixe a troika" não deixa de me fazer lembrar uma espécie de venire contra factum proprio. Trocando por miúdos: pedimos que nos emprestassem uma quantia que, de 3 em 3 meses  ronda os 3 mil milhões de euros, para sobrevivermos. Mas não queremos fazer concessões, nem estar sujeitos a fiscalização. Ora, de facto não me parece uma atitude coerente.

Acordámos. Mas ainda falta um longo caminho para nos levantarmos, e toda a energia e coragem será precisa.

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