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Licenciados fogem do país

A emigração de recursos humanos qualificados ou a chamada "fuga de cérebros" é um fenómeno cada vez mais actual e que em Portugal atingiu um número recorde. O Banco Mundial indica que cerca de 20% dos licenciados portugueses saem do país em busca de trabalho relativo à área de estudo, ou seja, um quinto dos portugueses licenciados não residem em Portugal. Este número faz de Portugal o país europeu de média/grande dimensão mais afectado com este tipo de emigração, ficando atrás apenas de alguns países de Leste e outros de pequena dimensão, como a Malta. De acordo com o DN, este estudo não distingue, todavia, aqueles que emigram com licenciatura e aqueles que saem para tirar um curso no estrangeiro e lá ficaram. Segundo a mesma fonte, com base em declarações de José Cesário, secretário de Estado das Comunidades, apenas cerca de 10% a 20% jovens portugueses que se formam em universidades norte-americanas regressarão ao nosso país.

Na verdade, o paradigma da emigração mudou radicalmente. Se entre as décadas de 60/70, os portugueses emigraram em massa para países desenvolvidos e com regimes democráticos, sem qualificações, actualmente a situação inverte-se e é a mão-de-obra qualificada ou altamente qualificada que procura melhores condições na Europa, Estados Unidos da América ou até Ásia ou Angola. Esta alteração sociológica deve-se, claro, às dificuldades económicas que vivemos, ao elevado número de desemprego jovem e à maior facilidade de deslocação e circulação entre os países referidos.

Não será um fenómeno necessariamente negativo, pois a abertura à globalização implica uma procura de igualdade de oportunidades, independentemente do local, da língua ou da cultura; de todo o modo, a nossa é a geração mais internacional, mais informada, mais versátil e mais adaptável a novas realidades. Fomos obrigados a sê-lo, já ninguém nos garante um emprego para a vida, salário para pagar a renda ou qualquer benefício de que muitos, antes de nós, gozaram. Aprendemos a não assumir compromissos e principalmente a não nos comprometermos com o nosso país, que, apesar de nosso, está já a uma pequena distância do resto do mundo, tão mais atractivo, vivo, próspero.

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