Com a morte do jovem rei de Portugal, D. Sebastião, em 1578, na Batalha de Alcácer-Quibir, levou a uma crise de sucessão já que este não deixou descendência. Pela proximidade de parentesco, coube a regência ao cardeal D. Henrique, aclamado Rei de Portugal. Mas também o cardeal D. Henrique não era casado nem tinha herdeiros, a sua regência seria meramente provisória. O Rei-Cardeal morre em 1580, dando origem a uma crise dinástica.
Nas Cortes de Tomar de 1581, Filipe II de Espanha, sendo este filho de D. Isabel, filha de D. Manuel I, é aclamado rei, jurando os foros, privilégios e mais franquias do Reino de Portugal. Durante seis décadas Portugal ficou privado de rei natural, sob o que se tem designado por "Domínio Filipino".
Com o primeiro dos Filipes (I de Portugal, II de Espanha), não foi atingida de forma grave a autonomia política e administrativa do Reino de Portugal. Com Filipe III de Espanha, porém, começam os actos de desrespeito ao juramento de Filipe II em Tomar.
Sob o poder de Filipe III, o desrespeito pelo juramento de Tomar (1581) tinha-se tornado insuportável: nomeados nobres espanhóis para lugares de chefia militar em Portugal; feito o arrolamento militar para guerra da Catalunha; lançados novos impostos sem a autorização das Cortes. Isto enquanto a população empobrecia; os burgueses estavam afectados nos seus interesses comerciais; e o Império Português era ameaçado por ingleses e holandeses perante a impotência ou desinteresse da coroa filipina.
Finalmente, um sentimento profundo de autonomia estava a crescer e foi consumado na revolta de 1640, na qual um grupo de conspiradores da nobreza aclamou o duque de Bragança como Rei de Portugal, com o título de D. João IV (na foto), dando início à quarta Dinastia – Dinastia de Bragança.
O esforço nacional foi mantido durante vinte e oito anos e paralelamente as tropas portuguesas conseguiram expulsar os holandeses do Brasil, como também de Angola e de S. Tomé e Princípe (1641-1654), restabelecendo o poder atlântico português. No entanto, as perdas no Oriente tornaram-se irreversíveis e Ceuta ficaria na posse de Espanha. Devido a estarem indisponíveis as mercadorias indianas, Portugal passou a só obter lucro com a cana-de-açúcar do Brasil.
No entanto, contra todas as espectativas, contra muitas previsões e contra a própria lógica, o país resistiu. Portugal resistiu às investidas castelhanas e ainda hoje é difícil entender como o conseguiu fazer.
O mito da aliança com a Inglaterra, nunca passou disso. Portugal encontrava-se completamente sozinho, com os países católicos a apoiarem o governo de Madrid, com o Papa a não reconhecer Portugal, e com os países protestantes nada interessados na Paz com Portugal, quando estavam interessados em atacar as possessões que ainda eram legalmente portuguesas.
Mesmo arruinado, esfomeado, decadente, o país conseguiu reunir forças para enfrentar exércitos que sabia haviam de chegar, e que sabia serem inevitavelmente muito superiores.
Temos de conhecer a História para podermos aprender. Aprender a compreender o presente para preparar o futuro.
Será que o que aconteceu à 369 anos tem algum reflexo hoje? Acorda Portugal!
JSD Odivelas
Pelos Jovens, pelo Futuro, por Portugal
Nas Cortes de Tomar de 1581, Filipe II de Espanha, sendo este filho de D. Isabel, filha de D. Manuel I, é aclamado rei, jurando os foros, privilégios e mais franquias do Reino de Portugal. Durante seis décadas Portugal ficou privado de rei natural, sob o que se tem designado por "Domínio Filipino".
Com o primeiro dos Filipes (I de Portugal, II de Espanha), não foi atingida de forma grave a autonomia política e administrativa do Reino de Portugal. Com Filipe III de Espanha, porém, começam os actos de desrespeito ao juramento de Filipe II em Tomar.
Sob o poder de Filipe III, o desrespeito pelo juramento de Tomar (1581) tinha-se tornado insuportável: nomeados nobres espanhóis para lugares de chefia militar em Portugal; feito o arrolamento militar para guerra da Catalunha; lançados novos impostos sem a autorização das Cortes. Isto enquanto a população empobrecia; os burgueses estavam afectados nos seus interesses comerciais; e o Império Português era ameaçado por ingleses e holandeses perante a impotência ou desinteresse da coroa filipina.
Finalmente, um sentimento profundo de autonomia estava a crescer e foi consumado na revolta de 1640, na qual um grupo de conspiradores da nobreza aclamou o duque de Bragança como Rei de Portugal, com o título de D. João IV (na foto), dando início à quarta Dinastia – Dinastia de Bragança.
O esforço nacional foi mantido durante vinte e oito anos e paralelamente as tropas portuguesas conseguiram expulsar os holandeses do Brasil, como também de Angola e de S. Tomé e Princípe (1641-1654), restabelecendo o poder atlântico português. No entanto, as perdas no Oriente tornaram-se irreversíveis e Ceuta ficaria na posse de Espanha. Devido a estarem indisponíveis as mercadorias indianas, Portugal passou a só obter lucro com a cana-de-açúcar do Brasil.
No entanto, contra todas as espectativas, contra muitas previsões e contra a própria lógica, o país resistiu. Portugal resistiu às investidas castelhanas e ainda hoje é difícil entender como o conseguiu fazer.
O mito da aliança com a Inglaterra, nunca passou disso. Portugal encontrava-se completamente sozinho, com os países católicos a apoiarem o governo de Madrid, com o Papa a não reconhecer Portugal, e com os países protestantes nada interessados na Paz com Portugal, quando estavam interessados em atacar as possessões que ainda eram legalmente portuguesas.
Mesmo arruinado, esfomeado, decadente, o país conseguiu reunir forças para enfrentar exércitos que sabia haviam de chegar, e que sabia serem inevitavelmente muito superiores.
Temos de conhecer a História para podermos aprender. Aprender a compreender o presente para preparar o futuro.
Será que o que aconteceu à 369 anos tem algum reflexo hoje? Acorda Portugal!
JSD Odivelas
Pelos Jovens, pelo Futuro, por Portugal