Halloween Costume ideas 2015

Idolatrando deuses esculpidos

Sensibilizado com certas imagens de legiões de jovens adorando, de forma efusiva, “novos deuses”, trago, desta feita, uma reflexão sobre a dimensão da idolatria a certas personalidades.

O Homem sempre teve necessidade de modelos: pessoas inspiradoras, mobilizador
as, profissionalmente reconhecidas, moralmente exemplares ou, num passado mais longínquo, as mais fortes fisicamente. Ter quem nos “indique um caminho” é um anseio inato. Será que a bitola de classificação de herói continua nesses termos?

No que diz respeito a estes anseios humanos, a sociedade contemporânea não é exceção. Nesse sentido, surgem em nós, numa primeira fase, seres dotados de poderes sobre-humanos, munidos de uma fibra moral e de uma ação espetacular - os heróis. As crianças encontram nesses heróis fictícios o primeiro exemplo, a seguir aos pais. Todas anseiam poder, um dia, vestir a capa e “salvar o mundo”. 

Numa fase seguinte, arrumam-se os livros de BD e trocam-se os filmes do super-homem por posters e cd’s de cantores e atores, começa a idolatria, por vezes, não tanto pelo reconhecimento efetivo das suas qualidades profissionais, mas pela influência do grupo de amigos, pela beleza e sucesso económico, pela identificação com as aparências, não raras vezes, pouco condizentes com a realidade. 

Os ídolos, em especial das gerações mais jovens, hoje em dia, já não são os grandes heróis que inspiravam no passado com a sua valentia e intervenção social, aquela pessoa corajosa que lutava pela liberdade do povo ou o soldado escondido que nos defendia contra o inimigo mortal. Surge, portanto, um novo conceito de herói moderno por quem milhares de fãs são capazes de esperar histericamente, numa fila de bilheteira, ou por quem fazem tatuagens em cada centímetro de pele disponível. 
Pessoalmente, considero que os conceitos de herói e ídolo devem ter um uso mais restrito. Posso admirar o trabalho de Tom Hanks e até achar a Shakira um “pedaço de mau caminho”, mas será que isso faz com que seja legítimo ou racional entrar numa onda de quase veneração?

A banalização e o relativismo cultural levam a esta inversão de posições e a uma organização errada das prioridades. Quantas vezes os jovens de hoje lembram (ou sequer reconhecem) nomes como Aristides de Sousa Mendes, que salvou milhares de judeus, dedicam um breve instante a pensar nos vários militares que morreram para defesa da pátria ou nos ainda vivos veteranos que vivem na miséria?

Seja (alguma) juventude e a sociedade em geral capazes de reconhecer quem, realmente, é digno de tão entusiástico reconhecimento. 
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