É como se tivéssemos acordado de um sonho e em que a realidade que encontramos é bem mais dura do que esperávamos.Estaremos a pagar por erros, do passado e, essencialmente do passado recente? Concerteza. Mas o actual «estado de espiríto» do país tem muito mais que ver com a forma como os Portugueses, no geral, encaram a vida e as dificuldades.
Vivemos, durante muito tempo, num país dos «canudos», dos engenheiros, doutores que a tudo têm direito e que nada precisam de fazer.
O país dos «wanna be»! E o pior é que ainda continuamos a resistir, em negação da realidade, em nome dessa ilusão.Protestamos pelas reduções nos transportes, hospitais, escolas, sem querer admitir que o défice desses serviços, que todos usamos, só prova que eles estão dimensionados para um nível que não podemos suportar. Especialmente ao nível das pessoas!
Aliás, quem adere actualmente às “greves gerais” para reclamar contra estas reformas são precisamente os trabalhadores desses sectores protegidos. Funcionários, serviços públicos e afins continuam a reclamar, enquanto os que são realmente mais afectados nunca se dão a esse luxo.
Em Portugal os que contribuem para a mudança não têm tempo para manifestações! E são esses, somos nós, que podemos obrigar a mudar, fazer com que esta fase menos motivadora sirva para mudar a face de Portugal!
Temos passar a ser um país «will (fight to) be», em vez de continuarmos nesta lamuria nacional e auto-flagelo, como se já tivéssemos conquistado tudo o que há para conquistar e que agora alguém nos veio tirar.
Temos de entender que é preciso refundar Portugal, criar uma nova sociedade, novas ideologias, outros valores, novas formas de estar e novas maneiras de entender o nosso papel no dia-a-dia do país!
E para isso precisamos de ir buscar as forças que aparentemente estão adormecidas em nós e colocá-las ao serviço do nosso futuro!
Deixemos-nos de queixas e antes façamos acontecer!
Por Portugal!