O Mosteiro foi mandado construir no reinado de D. Dinis, que este ano de 2011 celebramos o 750.o aniversário do seu nascimento, embora o seu nome se deva aos santos S. Dinis (um santo nascido em Atenas, que se especializou em matemática e que conseguiu a conversão de muitos descrentes em Paris) e S. Bernardo, cuja protecção havia sido invocada pelo Rei na luta contra um urso – segundo reza a lenda. Mantém ainda vestígios do estilo gótico primitivo, que sobreviveram ao terramoto de 1755, nomeadamente, na fachada da Igreja, tendo desde então sofrido várias reconstruções. O Mosteiro albergou as monjas de S. Bernardo da Ordem de Cister e chegou a ser considerado o principal mosteiro de Portugal. Foi extinto em 1834, tal como todos os outros mosteiros, mas só encerrou definitivamente com a morte da última freira. Em 1900, o Infante D. Afonso Henriques abre novamente o mosteiro, com a função de internato, para albergar e educar as filhas órfãs dos militares. Só em 1943 passa a designar-se Instituto de Odivelas.
Foi possível à JSD conhecer as instalações do antigo Mosteiro, nomeadamente, o adro, a cozinha e o refeitório. Estas salas contêm ainda peças e mobílias originais, que se encontram preservadas e dispostas para vista do público. A “roda da marmelada” fazia a ligação do Mosteiro com o exterior, sendo possível às monjas enclausuradas vender a tradicional marmelada e outros produtos, para sua subsistência. No interior do Mosteiro existem dois claustros, o “Claustro da Moura”, que contém alguns vestígios manuelinos e ainda uma parede original da casa de D. Dinis, e o “Claustro Novo”, com elementos góticos e neoclássicos. Visitou ainda a “Sala do Capítulo”, actualmente um pequeno museu que acolhe algumas peças emblemáticas, como um órgão do séc. XIX e algumas sepulturas.
O concelho de Odivelas, apesar de ser um município suburbano, e por tal, erradamente, muitas vezes encarado como um “município dormitório” e sem história, detém, afinal, nos seus limites, uma história rica e um património cultural vasto, mas que os odivelenses pouco conhecem por tão pouca divulgação. A JSD Odivelas encara assim esta visita ao Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, aliado ao facto de 2011 marcar os 750 anos do nascimento do Rei D. Dinis, como uma valorização do nosso património e orgulho no nosso passado, um legado que nos dá força para construir um melhor futuro. Entendemos assim, desta forma, celebrar da melhor maneira o 13.o aniversário do nosso município.
Viva o concelho de Odivelas!