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A geração sem remuneração

A nós, jovens, o que nos reserva o futuro em Portugal? Questiono-me muitas vezes sobre isto e ainda continuo à procura de resposta. Mas, felizmente, não sou a única que se questiona. Hoje em dia já não é possível esconder a crise que o país atravessa, embora o governo de José Sócrates o tente fazer, desculpando-se com a crise financeira do mundo. Mas desengane-se o povo português, pois não foi a crise mundial a principal culpada, foram sim os governos socialistas, de que temos vindo a ser vítimas nos últimos 15 anos de governação, que deram o maior contributo para que hoje, Portugal, esteja na situação em que se encontra.

Já há cerca de uns 5 anos que vou ouvindo a expressão de a minha geração ser a “geração call center”. E a verdade é que durante o tempo em que trabalhei num call center, pude constatar a realidade dos licenciados que não conseguiam um trabalho na sua área de formação académica e que, para se puderem sustentar, trabalhavam 8h por dia para no final do mês receberem pouco mais de 550€. Alguns desses meus colegas ainda tinham um segundo emprego na esperança de conseguir obter algum rendimento extra, pois não é com 550€ que se sustenta uma família e se paga as despesas obrigatórias. Isto para os poucos que já tinham conseguido sair de casa dos pais.

Passados estes anos, oiço uma nova expressão, a da “geração sem remuneração”, pois cada vez são mais os jovens licenciados e menos os jovens que não conseguem emprego e, quando o conseguem, é precário. São os tais call centers e as caixas de supermercados e as lojas das grandes superfícies comerciais, são os contratos a termo certo, são os recibos verdes cuja percentagem de 30% de descontos para a segurança social é escândalosa, ainda para mais tendo em conta que não temos direito a nada!

Andámos nós e os nossos pais, muitas vezes com grande dificuldade, a investir num futuro, que agora é o nosso presente, e de que nos serviu? De que nos serve o “canudo” por que tanto lutámos? Serve-nos para continuarmos em casa dos país, a adiar a nossa vida por falta de condições monetárias, por maior dificuldade a aceder a créditos, por falta de segurança, por falta de um rendimento adequado, ou mesmo por falta de um rendimento, para podermos ter uma vida estável e independente.

A nova música dos Deolinda retrata muito bem esta nossa “geração sem remuneração”, e aborda a questão dos estágios. Ouvimos muito falar na oferta de estágios profissionais, sendo a grande maioria não remunerados, e à primeira vista até pensamos que é bom podermos estagiar, pois talvez consigamos, posteriormente, um emprego nesse mesmo local; mas isso não acontece e seguem-se estágios atrás estágio. E é preciso ter a noção de que o estágio não passa de isso mesmo: um estágio, e não um emprego. O estágio é uma forma de nos introduzir no mundo do trabalho, já que nos dá oportunidade de por em prática as competências adquiridas durante a nossa formação académica. Mas como tal, não deve durar toda uma vida.

Para quem ainda não a ouviu, ou queira recordar:



Na passada quarta-feira a SIC transmitiu uma reportagem intitulada de “geração à rasca”, que aborda todo este tema das dificuldades da nossa geração, e chega mesmo a comparar o salário médio dos pais com o salário médio dos jovens, sendo estes últimos, na sua maioria licenciados:

Os pais encontram-se hoje com um emprego mais seguro e com o rendimento médio de 867€ por mês
Os filhos encontram-se com empregos mais precários e com rendimentos médios de 520€

E são estes pais, que por vezes já têm algumas dificuldades, que acabam por ter de sustentar os filhos licenciados que ainda se encontram numa situação pior…

“ (…) porque isto está mal e vai continuar (…) ”.
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