- O governo socialista diz que a promessa eleitoral está a ser cumprida e que foram criado 133.000 novos postos de trabalho desde o início do mandato, sendo que há mais portugueses empregados;
- O Instituto Nacional de Estatística (INE) indica que a taxa de desemprego no 3ºtimestre de 2008 é de 7,7% (em 2005 a taxa de desemprego era de 7,6%)
Admitindo que os 133.000 empregos são reais, como se justifica que a taxa de desemprego aumenta? A taxa aumenta devido aos empregos que desaparecem, devido às empresas que vão à falência e que são obrigadas a fechar causando despedimentos em massas.
No entanto, o Sr. Primeiro-ministro e o seu governo apenas se lembram de referir o número de empregos novos que criou, esquecendo de referir os trabalhadores que hoje em dia vivem o pesadelo do desemprego.Admitindo que os 133.000 empregos são reais, como se justifica que a taxa de desemprego aumenta? A taxa aumenta devido aos empregos que desaparecem, devido às empresas que vão à falência e que são obrigadas a fechar causando despedimentos em massas.
Falemos agora dos recém-licenciados: já lá dizia Mariano Gago que, segundo as (suas) estatísticas todos os estudantes universitários que acabam os seus cursos, no espaço de 6 meses conseguem emprego. Eu até acredito que seja verdade, aliás, conseguir emprego num call-center ou numa loja de um centro comercial não é nada difícil; mas e então conseguir emprego na nossa área de estudos?
Isso já só se consegue com muita "sorte". Mas para quê nos preocuparmos? É sempre melhor mostrar apenas uma face da moeda, esquecendo a face do emprego precário onde os contratos são mensais e é quando conseguimos evitar os recibos verdes. É triste chegar ao fim de 4/5 anos em que se investiu num futuro e tudo o que temos garantido é o “canudo”, já que perspectivas de futuro profissional raramente existem.
Peguemos agora nos poucos sortudos que conseguem emprego na sua área. Imaginemos um jovem professor e um jovem enfermeiro. Será que se sentem motivados?
O professor a ser constantemente avaliado tendo por base métodos que deixam a desejar e ainda a estar sujeito a alunos malcriados e agressivos incapazes de se comportar devidamente em sala de aula.
O enfermeiro que tem a responsabilidade de vidas humanas nas suas mãos, que contacta com o ser humano nas mais variadas fases da sua vida (principalmente na doença), que se esgota física e emocionalmente em turnos duplos ou ainda a percorrer as ruas das cidades para que os utentes mais incapacitados fisicamente tenham cuidados de saúde garantidos e que está sujeito a ser subcontratado por uma empresa de trabalho temporário com um contrato a tempo inteiro mas apenas sazonal, podendo ainda receber o seu vencimento através de recibos verdes.
O professor a ser constantemente avaliado tendo por base métodos que deixam a desejar e ainda a estar sujeito a alunos malcriados e agressivos incapazes de se comportar devidamente em sala de aula.
O enfermeiro que tem a responsabilidade de vidas humanas nas suas mãos, que contacta com o ser humano nas mais variadas fases da sua vida (principalmente na doença), que se esgota física e emocionalmente em turnos duplos ou ainda a percorrer as ruas das cidades para que os utentes mais incapacitados fisicamente tenham cuidados de saúde garantidos e que está sujeito a ser subcontratado por uma empresa de trabalho temporário com um contrato a tempo inteiro mas apenas sazonal, podendo ainda receber o seu vencimento através de recibos verdes.
E poderíamos dizer: todo este esforço, à custa de uma geração, é feito para que Portugal se mantenha um país cumpridor, face às regras impostas pela União Europeia, nomeadamente quando à obcessão do déficit externo.
No entanto, para minha surpresa, pude ler na sexta-feira da semana passada uma noticia, com o titulo: "Ministro das Finanças anunciou há momentos que o défice em 2009 será de 3,9% do PIB...".
A mesma noticia dizia mais à frente: "A deterioração das actuais condições económicas, segundo o governante, levará a um aumento do desemprego este ano, com consequências num acréscimo de encargos adicionais com o subsídio de desemprego, na diminuição das receitas fiscais e na necessidade de um aumento de despesa pública.......o desemprego poderá mesmo atingir 8,5% em 2009!"Chega de estatísticas enganadoras Sr. Primeiro-ministro. Esta sim é a verdadeira realidade dos jovens portugueses. É este o nosso actual Portugal. É este o nosso futuro se não forem tomadas medidas urgentes para que haja uma mudança.
Nós queremos a mudança!
JOTA POR TI.
Texto de: Carla Nazareth (Vogal da Comissão Politica da JSD Odivelas)