Halloween Costume ideas 2015

Dar a cara pelo partido

Requiescat in pace autárquicas 2013, ou reflexões sobre responsabilidades e compromissos

 Em debates internos tenho-me deparado com o argumento de "dar a cara pelo partido", argumento este que tem sido usado na maior parte das vezes como resposta a qualquer reparo, nota ou crítica sobre todo o processo autárquico passado.

Mas o que significa dar a cara pelo partido?
Será que é estar presente nos cartazes? Ou ir em primeiro nas listas? Será um sacrifício que calha em sorte a uns quantos "coitados" militantes?

"Dar a cara pelo partido" deve ser encarado como uma responsabilidade, um privilégio e, acima de tudo, um compromisso. Compromisso esse que não deve ser menosprezado, nem relativizado. Deve trazer consigo trabalho, exemplo, um projecto pensado e um plano de acção - e vontade de o concretizar. Não vale a pena fazer por fazer, é preciso fazê-lo bem.Aceitar "dar a cara pelo partido" deve ter em conta estas premissas.

O grande objectivo de um processo democrático em que o partido se expõe aos cidadãos são os resultados, e a aceitação dos eleitores, que manifestarão a sua preferência através das votações. Dar a cara pelo partido significa liderar um projecto que será obrigatoriamente avaliado - e não deve ser indiferente a esta avaliação.

Sendo verdade que háalgumas variantes que interferem com o resultado que não estão relacionadas com o trabalho do candidato e da sua campanha, também é verdade que o resultado eleitoral acaba por espelhar na generalidade o quão aceite o candidato foi, penetrante nas populações, e quão bem pensada e exposta foi a mensagem que se quis passar. Se os resultados foram maus, há que perceber que premissas não foram cumpridas.

E depois da avaliação feita, o estar presente nos cartazes, ou ser número um das listas, não é um "free pass" quando calha a atribuir responsabilidades daquilo que correu mal. Não sejamos a criança que impacientemente retira o brinquedo ainda embrulhado das mãos do pai, quebrando-o no processo de desembrulhar, e que em pranto responsabiliza o adulto pela desagradável "surpresa".


Aqueles que aceitam dar a cara pelo partido e que depois acabam por se eximir da responsabilidade daquilo que correu mal devem ter a consciência de que os erros, os comportamentos a melhorar, as falhas no projecto devem ser friamente dissecadas, assumidas, sem tabus ou condescendência, para que sejam corrigidas num futuro imediato. 

Sem dramas ou crucificações. Mas também sem orgulho ou arrogância.
Etiquetas:

Enviar um comentário

JSD Odivelas

Formulário de Contacto

Nome

Email *

Mensagem *

Com tecnologia do Blogger.
Javascript DisablePlease Enable Javascript To See All Widget