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O Plano Marshall

A vida económica portuguesa, como todos sabemos, encontra-se em situação de verdadeira "emergência", "instabilidade", "crise", ou qualquer um outro substantivo que bem qualifique aquilo que, na verdade, é não mais que a falta de dinheiro. O que nos aconteceu afinal? Como chegámos aqui? Estas questões passam por todos nós sem resposta, nem alento. Afinal, sempre foi assim e não soubemos? Também não sei.

Passando a vista pela história deste povo, a reflexão que me resta é sempre um pouco fatalista. Somos saudosistas e ficamo-nos com lembranças de antigamente, daquilo que fomos às séculos atrás, somos adeptos das mais elementares manifestações de alegria popular, da música, da selecção e do bacalhau. Mas, aquilo que sempre nos faltou..? Talvez nos tenhamos habituado a uma facilidade irreversível que nos concedeu um sonho de integração, internacionalização e que - décadas depois do mapa cor-de-rosa, nos dava finalmente um lugar junto dos outros. E nos dava, claro, dinheiro fácil e aliciante, sob o justo pretexto de desenvolvimento da periferia europeia. Mas, ressalve-se, a comunidade europeia não veio por mal, pelo contrário. Nós, portugueses talvez não tenhamos feito o nosso trabalho de casa. O que foi feito desse dinheiro? É certo que nos desenvolvemos, temos auto-estradas e centros comerciais, mas, não temos estruturas funcionais. Somos um país pensado para ser um estado social, mas sem recursos para o sustentar - já nem com o dinheiro dos outros. Ora, afinal, o que nos falta?

O Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, veio afirmar que este OE é o mais austero de sempre, mas que se cumprido, será o ponto de viragem. Ainda que todos tenhamos esperança que assim seja, contudo, resta ainda a perigosa questão: ainda que consigamos resolver o problema financeiro, vamos conseguir resolver o problema económico? Ou trocando por miúdos, depois de pagas as dívidas, se isso vier a acontecer, vamos finalmente crescer? Repare-se, já dizem os economistas que o crescimento implica produção, exportação, capacidade fiscal, emprego, consumo... Sem esses elementos, as dívidas suceder-se-ão até...nem queremos imaginar.

A Europa vive, também ela, um ponto de viragem, e com ela a Moeda Única. Dependemos dos nossos parceiros e eles dependem de nós para não derrocar. Mas aprendamos a lição que devemos aprender: a salvação vem de dentro para fora, não o contrário, tal como acontece com a destruição. E por isso, mais que nunca, devemos libertar-nos até ao máximo da dependência de terceiros para uma e outra coisa, e não esperarmos fruta a cair do céu. Porque de onde vem fruta vem mais tarde o pagamento. Mas não quero ser fatalista. Não são manifestações na rua que vão mudar alguma coisa - nem a morte do credor, como já ouvi - mas um espírito de justiça para com os contribuintes, consumidores, trabalhadores e - a contrario - a "punição" dos aproveitadores, preguiçosos e (ir)responsáveis.

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