Os tempos propiciam mudanças, novos paradigmas, mobilização a caminho de novas fronteiras. A crise económica proporcionou um crescimento de instabilidade e, como nos relata a História, a consequente viragem para lideranças fortes, na clara expectativa de que decisões radicais sejam tomadas, sejam elas de contenção ou de puro rompimento ideológico.
Após um virar à esquerda americano, pela exigência concreta de políticas sociais num país claramente mercantil, liberal e em crescendo com problemas de integração social e, por isso, a necessidade de apoio a classes médias que viram decrescer o seu nível de vida, assistimos agora, contudo, a um claro virar à direita na Europa. O crescimento dos partidos conservadores é prova disso mesmo, não fosse a vitória britânica um sinal de que a Europa exige, se não uma dama-de-ferro alemã além fronteiras.
Os Tories ingleses não são excepção; em Espanha há um evidente crescimento da popularidade do partido conservador. As sondagens do país vizinho atribuem-lhe um forte avanço sobre o Governo socialista de Zapatero.
Não é uma miragem: os partidos de direita ganham terreno e a responsabilidade será das políticas vazias e sem estratégia que a propaganda de esquerda transmite. Os Governos socialistas da Europa não mostram soluções nem políticas monetárias sérias. Têm-se transformado em marxistas sem território e, como tal, se perdendo na aplicação de medidas de contenção sem estratégia a longo prazo.
Actualmente, num universo de 27 Estados Membros, a UE têm apenas 6 governos socialistas.
A escolha de Cameron simboliza aquele que é o novo paradigma europeu do pós-socialismo: a exigência de seriedade e progresso económico urgente e do "chega de esbanjar". Alguém que se preocupa com o crescimento económico. Uma questão de sobrevivência.