Perante um congresso nacional extraordinário (em que vou estar presente), que no meu entender devia ser vedado à comunicação social por razões de estratégia (infelizmente não será) e em que se deve discutir a matriz ideológica do PSD de forma a reforçá-la, mais até do que a situação do país (até porque haverá outro congresso com um líder recém-eleito), urge decidir que linhas gerais o PSD deve seguir.Eu penso que devemos prosseguir com o seguinte (e não necessariamente por esta ordem):
1. Unir os militantes, não sendo necessário para tal que haja sempre uma só candidatura a líder do Partido. O líder que for eleito deve ter essa competência! Não pode ser um "eucalipto" mas um agregador;
2. Sintonizar as propostas do Partido com as aspirações da classe média e dos executivos do sector privado, a classe que verdadeiramente suporta o país com o pagamento de impostos;
3. Difundir a Social-Democracia no Sul e Região Autónoma dos Açores, reforçando-a no resto do país, de modo a garantir uma subida dos votos normais obtidos a nível nacional;
4. Contribuir para colocar a Economia Portuguesa a crescer mais de 3% o mais breve possível, no limite em 2013;
5. Defender a redução da tributação (o mais possível), especialmente sobre a criação de riqueza, reduzindo o IRC e o IRS. Quem mais produz e exporta tem de ser apoiado!
6. Cooperar para que o número de locais de atendimento dos serviços estatais e públicos, bem como o n.º de funcionários directa e indirectamente dependentes do Estado diminua até ao limite mínimo necessário. O Estado tem de consumir menos dos Orçamentos de Estado e aumentar drasticamente a produtividade. Em 10 anos os custos aumentaram 150%, mas a produtividade apenas 30%! Isto não é aceitável!
7. Fazer para com que se reduza drasticamente a despesa pública, nomeadamente com a criação de uma taxa sobre o carbono, capaz de aumentar a receita e, ao mesmo tempo, melhorar a eficiência económica. Aumentar impostos sobre tabaco e álcool. Garantir que a despesa da Administração Pública reduza no mínimo 3% ao ano, seja por melhor eficiência como por redução do tamanho da máquina do Estado;
8. Limitar os benefícios sociais, como o rendimento mínimo garantido. Temos sim de valorizar a família, o voluntariado (que a JSD Odivelas tem assumido particularmente) e as IPSS como forma de resolução dos problemas sociais.
9. Garantir a melhoria dos serviços públicos de saúde, de educação e de justiça, pilares fundamentais para o funcionamento do país e onde verdadeiramente o Estado deve primar por estar presente indirecta ou directamente, se os privados não o garantirem. Na saúde, por exemplo, recentes estudos têm vindo a garantir que custa mais ao Estado
um paciente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) do que da ADSE. O sector da saúde custa mais 1% a Portugal do que a média da União Europeia. O que significa que, o sector privado é mais eficiente. Como tal, os utentes devem poder escolher livremente a que sector (Estatal ou Privado) pretendem recorrer. O que interessa é reduzir as listas de espera e prestar a melhor assistência possível!10. Assumir a ideologia PPD/PSD de génese, a matriz ideológica, da promoção do indivíduo e da sua personalidade e do valor humano.
O ambiente sociológico Português não gosta da palavra “Direita", há uma parte do país que receia, mais do que a maioria, a iniciativa e a mudança, pelo que o PSD deve assumir claramente se pretende que os Portugueses o vejam como um Partido de Centro-Esquerda, de Centro ou de Centro-Direita.
Estaremos todos melhor com um PSD mais forte, mais assumido, mais estruturado.