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Divisão Europeia?

A União na Europa parece hoje um nobre título, cujo sentido parece perdido nesta nova era de fecho de fronteiras. A crise financeira e o crescente nível de desemprego despoletam hoje um proteccionismo digno de um verdadeiro espírito histórico, não fosse o seu auge ter despoletado a primeira Grande Guerra, ao chamar a si o luxo da auto-suficiência nacional.

Já não tínhamos ultrapassado isso? O presidente Sarkozy anunciou um plano nacional de recuperação financeira, que inclui um investimento público de 6,6 milhões de euros na indústria automóvel nacional. Ora, apenas carros franceses beneficiarão da salvação pública. Somando isso às crescentes manifestações de xenofobia laboral em Estados historicamente liberais no mercado de trabalho, como o Reino Unido e a Alemanha, surge-nos a pertinente questão: estará a UE a regredir no seu anseio unificador?

A verdade incontestável será que o panorama económico mundial despoleta um adensar de nacionalismos, veja-se a injecção de capital que vários Estados deram em empresas nacionais e na banca, de modo a recuperar confiança, assim como a constante propaganda e incentivo ao consumo de produtos nacionais. A Organização Mundial do Comércio tem demonstrado receios quanto às recentes medidas que ameaçam a concorrência e cujas preocupações se parecem ter repercutido nos órgãos comunitários.
Durão Barroso confirmou a intenção de preparar um programa de combate à crise, mas a verdade é que cada um dos 27 parece virado para o seu umbigo e afinal, adaptam esse plano para as realidades de cada um, fechando intenções de união económica. Nas palavras de Peter Power, porta-voz do Comércio na Comissão Europeia, «Caso se aprove uma lei que proíba a venda de produtos europeus para território americano, não vamos ficar sem fazer nada e ignorar tal situação».

Se a CE se insurge contra o proteccionismo americano que ameaça as exportações europeias porque não afasta rapidamente esta recente ameaça no seu próprio seio? O que é feito dos princípios de igualdade e não discriminação em razão da nacionalidade? Onde estão as liberdades de circulação?

Serão bandeiras a levantar quando tudo corre bem e a cair, quando dificuldades surgem?

Esperemos que a cimeira extraordinária da UE agendada pela presidência checa traga respostas concretas e afaste de vez esta neblina de desconfiança. «A presidência considera que o risco mais grave neste momento é o do proteccionismo», afirmou à imprensa o ministro das Finanças checo, Miroslav Kalousek, em Bruxelas.

Os Estados membros, mais que nunca, deverão unir esforços no combate à crise económica e afastar o fantasma do proteccionismo, que nos custou tão caro. Hoje, é tempo de criar soluções comuns e não cair no erro de fechar fronteiras, ameaçando trabalhadores de origem estrangeira a uma diáspora fugitiva. Isso lembra-me qualquer coisa assustadora.

E os dirigentes portugueses, o que terão a dizer sobre isto?

Texto de: Carla Marcelino (Vogal da Comissão Política da JSD Odivelas)

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