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"Ainda não somos todos iguais ?"


Ainda não somos todos iguais ?





Portugal um país rico em diversidade cultural, sempre virado para o mundo mas que continua a ter um grave problema de compreensão e respeito ao outro, tendo este a cidadania portuguesa ou não, mesmo assim não nos impede de nos afirmarmos como um povo que respeita as outras culturas e que as aceita de braços abertos. Com esta ambiguidade pergunto-me, ainda não somos todos iguais em Portugal?
Nos últimos dias o tema dos noticiários tem sido comum em todas as estações televisivas, a agressividade policial no bairro da Jamaica, originando depois uma onda de insatisfação e contestação contra a polícia e como esta trata as minorias étnicas sendo acusada de racismo, discriminação e abuso de poder.
As filmagens existentes não nos mostram toda a verdade, contendo apenas a visão dos moradores e das vítimas sendo a polícia representada como o "vilão" que se dirigiu ao local já preparada para intervir através da força.
Não apoio o trabalho da polícia que naqueles vídeos é representada, mas não ficando só pelo que vi, mais tarde fiquei a saber que a polícia quando chegou ao local para impor a ordem e cessar as hostilidades entre dois indivíduos foi apedrejada. Por sinal e logicamente as autoridades de segurança pública tiveram de optar por outra abordagem sendo esta talvez demasiado agressiva.
É esta dualidade da realidade que nos é transmitida a que devemos prestar atenção, e termos a capacidade de nos colocarmos à parte deste acontecimento, olhando para ele como realmente se passou, não nos podendo contentar com meias verdades e apurando se as vítimas também foram os agressores, é difícil agradar a gregos e a troianos mas com a generalização feita de ambos os lados nunca conseguiremos alcançar o Estado de Direito, Laico e Social que defendemos e que os anteriores a nós lutaram por ele.
Continuamos a defender o multiculturalismo, um modelo de relacionamento social que valoriza e legítima as diferentes culturas, ou seja, tratar-se das relações culturais de grupos minoritários com a cultura dos grupos governantes, aqueles que exercem a hegemonia cultural. Mas não chega, pois continuamos a desvalorizar estes incidentes e é necessário que esses mesmos grupos étnicos tenham igualdade de oportunidades educativas e profissionais e é nessa perspetiva que teremos de alterar o paradigma e passarmos sim a defender o interculturalismo. Ao fomentar assim o contato e o diálogo entre as diferentes culturas, a interação e intercâmbio cultural dos grupos presentes na nossa sociedade, enquanto que o multiculturalismo apenas fomenta a inclusão das diferenças culturais.
É necessário promover a transmissão de informação através da comunicação e interação entre os grupos distintos na sociedade portuguesa em vez de estes se fecharem sobre si mesmos. Sem diálogo não se combaterá o medo e a desconfiança que se têm com aquele que é diferente e assim o racismo nunca terá um verdadeiro fim.  
Em soma, é percetível analisar que ainda não somos todos iguais em Portugal, existem os portugueses e depois os moradores dos bairros sociais. Aos olhos da polícia, quem mora num bairro social é rotulado como marginal e com isso sempre que são chamados a intervir, a postura e a abordagem que têm altera-se, tornando-se mais brusca, por vezes até em demasia. Sem esquecer também que os próprios moradores também possam já ter uma perceção de que a polícia não vai em seu socorro vai sim pronta para levar tudo o que vir à frente até os ânimos acalmarem.
Esta desconfiança e estes rótulos criados por ambas as partes deixam-nos num impasse, impedindo-nos de combater o racismo na totalidade. Sem comunicação e interação não existirá um entendimento pois as minorias não são livres de terem a sua cultura e de a mostrarem para o resto da população.


David Andrade, JSD Odivelas


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