Cada vez mais somos bombardeados com novos dados do desemprego/emprego em Portugal, em que uns ficam satisfeitos, outros ficam insatisfeitos (como sempre) e outros não sabem como ficar. Infelizmente, sendo os dados bons, maus, reais, fictícios, ninguém apresenta soluções concretas para combater este problema.
O balanço da legislatura que agora finda (e esperemos que se prolongue por mais quatro anos) diz-nos que há menos 38,000 desempregados, e que há menos 219,000 pessoas a trabalhar e não nos diz ao certo quantas pessoas emigraram. Ninguém se preocupa no estado em que muitos dos novos empregados se encontra, ninguém se preocupa com a sustentabilidade da máquina social e todos se preocupam em aumentar o mísero salário mínimo.
Vamos por pontos:
1. O maior empregador do país é: O ESTADO – Já o era e sempre o foi. Ora pelos 700,000 funcionários públicos, ora pelas centenas de milhares de estágios profissionais do IEFP que tantas empresas usam e abusam para depois apresentarem resultados líquidos positivos. Ninguém gosta de trabalhar para aquecer e cada vez mais as empresas o querem, mas o turnover de estagiários nas empresas que não precisam é cada maior.
2. O maior cancro do país é: O ESTADO SOCIAL – Já o era e sempre o foi. Desde que a democracia plena nasceu em Portugal, todos querem um pedaço do que a Constituição lhes garante, independentemente das consequências e das necessidades deste. E quem o sustenta neste momento? Provavelmente quem não irá usufruir dele daqui a 30 ou 40 anos, os jovens de 2015.
3. A maior esperança do país é: OS JOVENS – Já o era mas nunca o foi. O estado social é subsidiado por quem trabalha (e não por quem está reformado). A ideia de que se desconta para a reforma daqui a 50 anos é uma ideia totalmente falsa. Quem trabalha desconta para sustentar os vícios e mordomias dos que não o fazem e dos que gozam da saúde/transportes/segurança e das pensões ad æternum. Pedem-nos para não sair do país e continuar a pagar a brutalidade de impostos porque caso contrário não há PIB que resista.
Então e em que ficamos?! A solução que o governo tem apresentado (e isso tem-se reflectido na diminuição da taxa de desemprego) até se pode considerar de suficiente em termos de números finais, mas são claramente números que fogem à realidade quantitativa e qualitativa do trabalho em Portugal. Não sou eu, nem serei eu, que tenho uma receita mágica para resolver este problema, mas se querem que continuemos a laborar por terras lusitanas devíamos ter algum incentivo no que fazemos em termos fiscais e de laborais.
Somos baratos porque sempre nos achámos pequeninos e quem pequenino quer ser, pequenino o é.