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O caminho da Educação

Foram recentemente divulgados os resultados das provas de aferição dos 1º e 2º ciclos do ensino básico e o resultado foi algo contraditório com a tendência dos anos anteriores: o número de resultados insatisfatórios aumentou em 3,9 pontos percentuais. Realizadas desde 1999, estas provas tinham apenas como objectivo inicial a avaliação do processo de ensino em Portugal, levado a cabo pelo Ministério da Educação. Este ano, tendo sido realizadas a 06 e 11 de Maio por cerca de 237 mil alunos do 4.º e 6.º anos, são o "resultado de uma avaliação continuada do processo nacional de aferição das aprendizagens, para a qual também contribuiu o trabalho desenvolvido com as associações de professores e as sociedades científicas", segundo o Ministério da Educação. "Em termos globais, as provas de 2011 geraram variações de resultados médios que oscilaram entre 0,0% e 3,7%, valores previsíveis" perante "um nível de exigência superior ao dos anos anteriores", acrescenta.

Creio que existem dois pontos que necessitam de ser debatidos. Em primeira instância continua por se compreeender a existência destas provas. Se todos os resultados obtidos desde a sua criação até ao momento estão dentro dos valores previsíveis e expectáveis, mesmo para um estudo a nível da educação portuguesa, creio que a sua continuação requer mais alguma explicação. Não estou a dizer com isto que as supra-citadas provas devem terminar, simplesmente que a sua necessidade de perpetuação tem de ser justificada.

O segundo ponto em questão relaciona-se com a oscilação de resultados de acordo com o grau de exigência da prova. Fica percetível pelas declarações do Ministério da Educação que o aumento dos resultados insatisfatórios nas provas de aferição deste ano se deveu a uma "maior complexidade de algumas questões e da definição de critérios de classificação mais rigorosos”. Parece que acabo de encontrar a resposta à primeira questão. As provas de aferição continuam a fazer sentido, na medida de se avaliar o estado real da educação portuguesa. Com esta pergunta respondida, surgem outras, muito mais graves e com urgência de resposta. Dado que estas provas são realizadas com base nos conteúdos leccionados durante o periodo lectivo, e com base numa linguagem perceptível para alunos do 4º e 6º anos, como se explica que um aumento do grau de exigência da prova conduzisse a um aumento dos resultados insatisfatórios? O problema está na prova ser mais exigente ou na preparação dos alunos ser mais laxa? A determinação do estado da educação pelo aumento de exigência da prova pode ser uma análise arriscada por parte do Ministério, se não forem consideradas medidas que permitam aos alunos compensar um maior grau de dificuldade das provas com a assimilação de conhecimentos profundos o suficiente para darem resposta, independentemente da exigência da prova em si.

Considerando que está em causa a educação das futuras gerações da nossa nação, creio que este dado é mostrador de que a educação apenas tem andado em oscilações constantes, ora mais ora menos exigente, o que tem deixado os alunos em completo estado de desnorte. Quando está em causa dotar os jovens com competências para um futuro mais promissor, não podemos andar em montanhas-russas, mas sim no contínuo onde impere o rigor, a exigência e o trabalho árduo para que, com algo mais díficil, seja possível uma resposta igualmente eficaz.
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