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De quem é a culpa afinal?

É célebre a frase de Salgueiro Maia proferida na Escola Prática de Cavalaria de Santarém -“Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os Estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos!” – Em plena madrugada de 25 Abril de 1974, dando início a uma revolução que conquistaria a Liberdade nesse mesmo dia, e que abriria as portas para que a 25 de Novembro de 1975 se garantisse a Democracia em Portugal.

São Quatro as décadas que passaram. Décadas de Liberdade de Opinião, de Imprensa, de Pensar e Votar livremente. Antes disso o regime impunha a censura, propagandeava decisões e garantia braço dado com a Igreja, por esse Portugal a fora, a soberania e a ilusão de um Estado forte cujos destinos estavam assegurados com a liderança do Prof. Oliveira Salazar e do Prof. Marcelo Caetano. É para mim aceitável que durante o Estado Novo muitos portugueses estivessem alienados da realidade política do país, porque assim o regime queria. Gente trabalhadora que zelava acima de tudo pela sua família e que com a sua 4ª classe aceitava, fruto de uma ingenuidade assistida, passivamente a falta de condições que manifestamente tinha.

Volvidos 40 anos a escolaridade obrigatória é o 12º ano e não a 4ª classe antiga. O número de analfabetos tem uma representatividade mínima, numa sociedade altamente qualificada, com acesso a todo o tipo de informação à distância de um simples clique. Sociedade essa onde as pessoas podem dizer, ler, publicar e pensar o que entenderem e acima de tudo podem votar conscientes do valor que a sua decisão acarreta. Qualquer português pode ambicionar ser dono da sua empresa ou candidatar-se a um cargo público. Tem acesso à cultura e conhece a existência de modelos sociais e políticos diferentes dos que vigoram em Portugal, o que por si só lhes amplia o espectro intelectual para um patamar muito superior ao de um comum português nos anos 50 ou 60.


Ao crescer abrangido por esta liberal realidade, vim-me a aperceber que nem tudo no meu país funciona como devia. Após uma sucessão de governos socialistas, no auge político do Socialismo liderado por José Sócrates, a nossa dívida é tão grande a ponto de haver quem diga que “As dívidas não se pagam”. Chegámos como Nação ao cúmulo de ter que pedir emprestado para pagar o que devemos - essa espiral recessiva que revejo na mentalidade de um drogado que não se consegue libertar do seu vício - e até há bem pouco tempo nem dinheiro nos emprestavam, não fosse o esforço conjunto de todos os portugueses em prol da contenção inevitável de custos e não tínhamos voltado aos mercados. Se o nosso país fosse um barco, a Segurança Social seria uma âncora, o maior parasita que poderia ter sido criado, cujo objetivo é valido e socialmente respeitável, mas que pela sua deturpação e irresponsabilidade no universo da sua abrangência face à dimensão e características portuguesas impede, e vai continuar a impedir, todo e qualquer progresso que ambicionemos ter como país, e que aquando da sua criação se sabia que seria incomportável nos termos dispostos, mas que ainda assim serviu de bandeira para muito Socialista que não será responsabilizado pelo estado a que isto chegou. Uma Função Pública nefasta, sobrelotada e repleta de ineficiência. Um país triste e deveras resignado à sua fatal condição social, encostado a um canto de uma Europa que prospera e que aumenta a sua qualidade de vida.

E a culpa de tudo isto, é de quem?






A sociedade vitimiza-se, resultado de objetivos fracassados, de oportunidades perdidas, do insucesso presente no rosto de muitos portugueses que cresceram e se formaram num clima de facilitismo que a hegemonia dos direitos trouxe ao comum português. Como tal, numa atitude de clara desonestidade intelectual diz-se em coro: “Dos políticos!”

Há 50 anos atrás, sim! Nessa altura as pessoas confiavam cegamente no poder do chefe de Estado, devidamente iluminado pela divina Igreja, porque não tinham mais nada em que acreditar, nem eram instruídas para pensar ou questionar as decisões da soberania governamental.

O problema hoje acarreta toda uma outra dimensão, porque hoje em dia e face à postura que temos como país, o problema deixou de ser apenas financeiro e passou a ser ideológico, moral e de valores. Será só a mim que me choca existirem votações com abstenções que rondam os 50% ou será que também tu achas isto escandaloso num país democrático e onde as pessoas têm acesso à informação? Para onde caminhamos nós, com este nível de deturpação da realidade? Será só de mim ou o facilitismo aliado à postura de “coitadinho” fazem maravilhas para quem não se quer esforçar neste país? 

Meus Senhores e Minhas Senhoras, O Problema de Portugal Não são os Políticos! O problema de Portugal somos Nós!

Nós que moramos num concelho com uma dívida colossal e que culpamos a corrupção dos políticos mas não perdemos uma única hora da nossa vida para ir a uma Assembleia de Freguesia ou Municipal para dizer o que pensamos, para fiscalizar e fazer perguntas ao executivo, e isso é conivência! Os políticos não têm um cofre cheio de moedas dos contribuintes onde nadam, de vez em quando, e usam para seu uso pessoal. Os desfalques e desvios de dinheiro estão sempre ligados a projetos, leis ou esquemas que só existem pela conivência e passividade da Sociedade Civil. Nós que não queremos estudar e que não lemos! Nós que somos funcionários públicos e passamos o dia sentados na secretária em frente a um computador, que o Estado nos empresta diariamente para trabalhar, e escolhemos jogar ou vaguear pelas redes sociais e se nos avisam ainda nos sentimos muito ofendidos. Nós que não queremos trabalhar e reclamamos porque é segunda-feira. Nós que esperamos ansiosamente pelo próximo feriado e que rejubilamos se for ponte. Nós que só nos exaltamos por causa do futebol e esse é o único tema porque nos interessamos e também aí culpamos o árbitro e as decisões do treinador. Nós que ambicionamos ser abrangidos por todo e qualquer subsídio da Segurança Social para que possamos ser sustentados o resto da vida, à custa do esforço e do trabalho dos outros. Nós que não vamos votar e não discutimos política. Nós que passamos a vida a reclamar e não temos iniciativa. Nós que nos estamos a borrifar para o futuro de Portugal. 


Portugal não pode ser o prado verdejante repleto de ovelhas e carneiros, como outrora foi! Portugal precisa da tua opinião e das tuas ideias, uma opinião informada e não moldada por tudo o que vês e ouves. Não chutes para canto a responsabilidade. Portugal precisa de Atitude, Carácter e Valores. Portugal precisa de ti!


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