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A arte de falar sem dizer coisa nenhuma


        Estar atento à “crise do PS” é um exercício útil.
Antes demais, porque como partido do arco da governação, o PS tem responsabilidade acrescida em apresentar uma oposição forte, com ideias claras e um projecto alternativo, ou pelo menos, trazer algo construtivo à governação actual. Depois, porque  este escrutínio e discussão pública de candidatos, é algo a que o Partido Socialista não tem estado habituado na sua história, estando mais habituado a decidir os seus líderes dentro de portas. Por isso e pelo facto do PS ter inovado na forma (primárias abertas) já torna estas eleições interessantes. Mais, mesmo que não admita o movimento do pendulum de Touraine como inevitável para já, o vencedor destas eleições internas irá ter sempre um papel importante nas legislativas de 2015.
O PS é neste momento um partido dividido, mas em torno de que diferenças?
De um lado, António José Seguro, é o secretário-geral actual de um PS que tem nos últimos anos sido uma oposição medíocre, colado à esquerda das greves, da renegociação da dívida e dos pedidos consecutivos de demissão do governo. Muito, muito poucas ideias. Por outro lado começou lentamente e envergonhado a descolagem ao anterior governo do Eng. José Sócrates, fazendo disso assunto tabu, mas timidamente lá acabou por o fazer. Não sem antes ter feito algumas vontades a Mário Soares e companhia, que lhe tiraram a hipótese de por exemplo, ter disputado em maio deste ano as legislativas.
Tirando estes 3 últimos anos de inexistência, começa agora a dar sinais de vida -participa em hangouts (evitando respostas concretas ás perguntas cujos temas já conhecia de antemão) e faz campanha pelo país ora criticando o governo (sem dizer o que faria diferente), ora criticando António Costa. Apresentou as suas ideias quando quis fazer das Europeias uma espécie de pré-legislativas, o que não mereceu a confiança dos portugueses. 

Do outro lado, António Costa. Foi quase candidato a secretário-geral há cerca de ano e meio, mas recuou, dando nessa altura o seu voto de confiança a Seguro. Consenso ou oportunismo? Detentor de uma boa-imagem e boa-imprensa invejável, vem reforçado com a vitória por maioria absoluta na CM de  Lisboa e com a vitória de Pirro do PS nas Europeias. Tal qual D. Sebastião esperado, em apenas alguns dias abanou as fundações do partido, mobilizando os seus apoiantes e causando demissões na comissão nacional do partido. É assustadoramente próximo ao comentador Eng. José Sócrates, assim como de Soares. Mantém a ideia de que o governo anterior não tem responsabilidade no resgate e isso por si só é uma ideia perigosa porque só prova que nada se aprendeu com os erros do passado. 
Ideias, poucas. Repete frases sem sentido prático, as críticas à “ideologia liberal da direita”, a “tecnocracia”, e a “necessidade de um governo de esquerda”. Alternativas? Ao mesmo tempo, apresenta programas para a década em que “falar das finanças fica para depois”. 
Pessoalmente, também tenho curiosidade em perceber como as contas da CMLisboa ficarão quando mudar a cor do executivo na capital. 
Pelo meio zangam-se as comadres, Costa acusa Seguro de estar colado ao governo, enquanto Seguro acusa Costa de lhe roubar as ideias.
Ambos pedem confiança aos portugueses (será que fizeram por a merecer nos últimos 9 anos?) - Costa pede mesmo maioria absoluta, e Seguro quer tirar a “corte que governa em Lisboa”.


A única conclusão que se retira para já, é que, ganhe quem ganhe, não faz ideia de como resolver os problemas concretos do país, e repete as mesmas fórmulas bota-abaixo que têm sido usadas nos últimos 3 anos, fazendo crer que já voltámos à conversa bacoca com muito pouco conteúdo. A última vez que o PS ganhou eleições assim, deu no que deu. 





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